ATIVIDADE 1: ASSISTA O VÍDEO E RESPONDA AS QUESTÕES:
Os séculos 2 e 1 a.C.
são tidos como o período de crise da República romana. O modelo político
centrado na supremacia do Senado, enquanto instrumento de poder da elite
patrícia, sofreu uma forte contestação, fruto da ação de diferentes setores da
sociedade: uma camada de comerciantes extremamente enriquecidos com a expansão
de Roma; a massa de plebeus miseráveis e descontentes; e o enorme contingente
de escravos. Além disso, não podem ser descartadas as pretensões políticas dos
generais, fortalecidos pela crescente importância do Exército na vida romana.
Assim, esses dois
séculos foram marcados por uma imensa instabilidade política, na qual revoltas
de escravos, guerras civis, ditaduras, tentativas de golpe e governos
formalmente ilegais sucederam-se. As ditaduras de Mário e Sila foram uma mostra
clara da incapacidade do Senado e das instituições formais da República em
fazer frente às novas forças sociais em conflito - embora a ditadura fosse uma
magistratura legal, prevista nas leis romanas como um instrumento excepcional
de governo.
Em meio a essa crise,
formou-se uma aliança envolvendo Crasso e Pompeu, dois generais que se fizeram
eleger cônsules em 62 a.C. Paralelamente, entretanto, crescia a fama de Caio Júlio, também general, que havia acabado
de conquistar a Gália, detentor de um prestígio cada vez mais amplo junto à
plebe romana - e, notadamente, junto ao Exército.
Líder do chamado partido
popular - uma entidade informal, mas que congregava os setores não ligados à
velha aristocracia patrícia -, Júlio era sobrinho e herdeiro de Mário,
ex-ditador, detentor de imensa fortuna e respeitado pelo Exército. Caio Júlio
somou a esses elementos uma notável capacidade militar, responsável por
inúmeros triunfos, tão caros à mentalidade expansionista romana.
Primeiro Triunvirato
Ante o crescente
prestígio de Júlio, Crasso e Pompeu viram-se obrigados a aceitar sua presença
no poder, criando uma fórmula chamada de Triunvirato, ilegal e não prevista na
composição institucional da República.
A morte de Crasso, em 53
a.C., fez com que a oposição entre Pompeu, direto representante dos interesses
da aristocracia patrícia, e Júlio ficasse explícita. O fortalecimento militar
de Júlio, que acabara de derrotar definitivamente os gauleses, fez com que o
Senado passasse a temer suas ambições políticas. Por isso, numa tentativa de
detê-lo, em 49 a.C. Pompeu foi nomeado cônsul único pelo Senado. Ao mesmo
tempo, chamou Júlio de volta a Roma, numa clara manobra para esvaziar seu poder
militar.
Pronunciando
a famosa frase Alea
jacta est ("A
sorte está lançada"), Caio Júlio entrou em Roma à frente de seus
exércitos, configurando um inegável golpe de Estado. Aclamado pela população e
pelas tropas que deveriam defender Roma, Júlio se impôs ao Senado. Abalado pelo
prestígio popular de Júlio, Pompeu fugiu para a Grécia, onde foi derrotado em
48 a.C.
O amplo prestígio
popular e militar de Júlio obrigou o Senado a se curvar diante dele. A
concessão do título de César, que lhe dava formalmente o poder ditatorial, foi
a prova mais concreta desse recuo senatorial.
Paralelamente, César
buscava ampliar sua base de apoio junto ao Exército, cercando-se cada vez mais
de seus generais, principalmente Marco Antônio, e afastando gradativamente o
Senado das decisões. Também as conquistas militares, como as da Hispânia e do Egito,
aumentaram ainda mais sua popularidade, ampliando a necessidade de o Senado
conter a ameaça representada pelo herdeiro de Mário. Isso foi obtido por meio
do assassinato de Júlio César, perpetrado por um grupo de senadores ligados a
Pompeu e, também, de senadores do próprio círculo íntimo de César.
Segundo Triunvirato
Entretanto, a reação
militar e popular que se seguiu ao assassinato de César deteve o projeto
senatorial de restaurar o poder. Ao contrário do que pretendia o Senado, a
morte do ditador teve o efeito de motivar a unidade do Exército e de
transformá-lo em um real elemento de poder.
Assim, na prática, foi o
Exército que assumiu o controle de Roma, o que pode ser facilmente observado
pela composição do governo que ascendeu logo a seguir, composto por Otávio, sobrinho-neto e herdeiro de Júlio
César, Lépido, antigo comandante das forças de cavalaria de César, e Marco
Antônio, o general mais hábil do ditador assassinado. Foram eles que, em 43
a.C., formaram o Segundo Triunvirato.
Em 33 a.C, Lépido foi
afastado do poder e os domínios romanos foram divididos entre Antônio, que
controlava as províncias orientais do Império, e Otávio, governando a Itália e
as províncias ocidentais. Essa divisão do poder era apenas um prenúncio do
conflito entre ambos.
O conflito envolveu o
Egito, então governado por Cleópatra, antiga amante e aliada de César
(tendo inclusive gerado um filho deste). Foi com ela que Marco Antônio buscou
aliar-se contra Otávio. A última guerra civil da República terminou em 31 a.C.,
com os suicídios de Antônio e Cleópatra, após a grande derrota de Ácio, na
Grécia, e a vitória definitiva de Otávio, que transformou o Egito em sua
província pessoal.
O Principado
Forjava-se assim um
poder pessoal que passava muito distante da autoridade formal do Senado. O uso
da riqueza egípcia por Otávio permitiu-lhe financiar um exército poderoso,
diretamente submetido a ele. Ao mesmo tempo, parte da colheita egípcia foi
seguidamente utilizada para a distribuição de trigo à plebe romana, o que
concedeu a Otávio um amplo apoio popular.
O último e mais
importante título de Otávio foi o de Augusto. Tal título não tem exatamente uma
conotação política, mas, sim, religiosa. Seu significado, o de um soberano que
se assemelha aos deuses, dava-lhe um poder acima do poder meramente terreno. FONTE: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/imperio-romano---fim-da-republica-da-crise-ao-principado.htm
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